30.10.06

34º - pátria onçaskis brasil!

O mês virando, vida nova, pântano novo, esperamos! Não sei porque, mas tô achando que esse é de novo o ano da tigrada! Porque o mais famoso deles começou bem, continua sendo o presidente do Brasil!

E como todo bom tigre que se dá bem pela segunda vez (jogando por terra o ditado do raio) na vida, tá todo deslumbrado! Cria ministério, beija nenê, abraça populares, marca entrevistas, discursos, tira foto com as onças... É como jogador de futebol que vira estrela da noite pro dia, sai comprando carro, apartamento, loira falsa, Armani e o escambau...

Para você que não é um profundo conhecedor das espécies urbanas da República Tigrada do Brasil, aqui vai um breve relato. Esperamos com isso, compartilhar da suprema sabedoria de Oz, Bagi e Darwin:

Ache o Tigre na foto!


Tigre - do latim tygrinis - mamífero que habita o pântano, geralmente anda em bandos, todos vestindo peças de roupas desarmoniosas... Vez por outra, encontra-se motorizado (com uma moto ou carros de escapamento estourado, som "no talo", infalivelmente com vidros filmados e rodas cromadas, sempre adesivado com o indefectível "é nóis na fita" ou "nóiscapotamaisnumbreca" ou coisas de rodeios).

Adoram objetos tecnológicos conjugados como: boné-viseiras e camisetas com falsas mangas e colarinhos. Comunicam-se com ininteligíveis grunhidos (porteirês), havendo
predominância para os termos "ô", "vixe, mano", "mó zuera", "vários cara", "comendo a bronca", "no caso" e "mano". A reprodução é uma incógnita, a teoria mais aceita foi desenvolvida por Dr. Bechara, de que eles são todos originários do pântano da linha norte: quando um coco cai, revela seu verdadeiro recheio, um par de havaianas!! O número de filhos varia, mas a evolução de um tigre é sempre a mesma, começando pelas patas até a cabeça grande.


Quem tem celular levanta a mão!


Onça - do grego onçaskis: mamífero muito semelhante ao tigre, previamente descrito. Dadas as afinidades - inclusive o habitat comum, o pântano - costumam confraternizar. Se deslocam em bandos, se utilizando de transportes coletivos, onde grasnam bastante, encoxam tigras, onças fêmeas e fazem
"mó zona" (sinônimo para "mó zuera" dos tigres). Para sobreviver usam bigodes ralos, carregam pastas azuis, travam portas de trens e metrôs e "batem um fliper". Adoram riscar assentos com nomes de tribos rivais ou corintianas. Apresentam extrema dificuldade na seleção de roupas do tamanho certo, sempre pecando pelo excesso. A teoria mais aceita para origem das onças é a do Big Busang, segundo a qual um coletivo intergalático desembarcou na Terra há milhões de anos atrás, trazendo os ancestrais dessa espécie, as lontras do pântano.

27.10.06

33º - viagem ao fundo do pântano

"Glub glub...glub glub"

O maior evento mundial tigrenesco é o CMMP (Campeonato Mundial de Mergulho no Pântano), que acontece anualmente pelo mundo.

Os competidores vêm de variadas partes do mundo com sua plébe a fim de faturar o prêmio de 40 libras. Vence aquele que percorrer o "córgo" no menor tempo e recolher o maior número de caramujos e bichinhos melequentos possíveis.

Após cada competidor (entende-se tigres, capivaras, lontras, bagres, escamosos, simeanos e afins) terminar sua prova, o lago de lama é novamente preenchido com os bichinhos recolhidos.

Só é permitido o nado tratorzinho (?), conhecido por nós como cachorrinho. A explicação para isso é a de que este estilo de nado não prejudica a biologia natural do lugar onde diariamente jacarés dividem o banho e lavação de roupa suja com nativos da região.

A 21ª edição do CMMP foi realizada em Llanwrtyd Wells, no País de Gales,tendo como campeão o norte-coreano Mí Jei Sakuroxu que completou o circuito todo de 50 metros em admiráveis 10 minutos e recolheu com habilidade um total de 40 caramujos (sendo 15 deles da mesma espécie do escargot, que vale 2 pontos a mais), 15 minhocas, 4 sanguessugas, 2 mandruvás, 1 lacraia e 6 tatus-bola. Assim estabelecendo o novo recorde mundial de tempo+semeação.

Em entrevista exclusiva à equipe do Pântanoz, Mí Jei Sakuroxu explicou o segredo do sucesso:
-Entlei na lama com a celteza de que vencelia e não fiquei de cantilena. Tleinei muito e sabia céltinho onde colocá as mão na hola de pescá os glaúdo. A água estava um pouco escula lá de baixo, mas mesmo assim eu tive tlanquilidade e paciência pla vencê! Vim, não vi e venci! - profetizou.

Logo após a prova, úmido e
fedendo a... cocô, ferido com várias picadas de insetos como barbeiros, Mí Jei foi questionado pela sagaz equipe de Pântanoz com suas intelectuais perguntas, a respeito da água melosa da vala:
-Você cospe ou engole?
-Ah, quando não engulo, eu guspo, né! Nolmal...

De qualquer forma, Mí Jei levantou o troféu de tigre-anfíbio e ficou feliz ao som de “We are The Champions” por ter vencido de forma honesta e (pasmem) limpa.

25.10.06

32º - Clipe bom é clipe....pt.3

Vocês se lembram do Falco? Não, responderão a maioria em uníssono. Mas da famosa música de Amadeus vocês se lembram certo? Não!? Doup!!!!

Não faz mal. Como lembramos de Brigitte Nielsen no post passado, nada mais apropriado que relembrar um dos clássicos do hard rock oitentista. Brigitte no auge de sua forma e voz solta sensuais gemidos esbanjando talento.

Muita gente diz por aí que basta a pessoa ser bonita que terá talentos de sobra, foi em cima disso que ela se destacou, assim como eu.

Enfim, Nielsen que participou de History on Film de Michael Jackson é uma mulher durona, além de gravar CDS, casar com os fórtões de Hollywood também já foi comparsa de Schwarzennegger (em Red Sonja, que parece ganhar logo mais outra adaptação para o cinema, medo.) e candidata a Mulher-Hulk. Pode?

Peitões a parte... She's a babe, she is hot!!


23.10.06

31º - smell like cocô!

Como é bom relembrar momentos mágicos de nossas vidas. Justo naqueles dias em que você quer virar a mesa e quebrar tudo. (nooooffa!)

Se espelhar nos famosos personagens que faziam justiça com as próprias mãos é inevitável. Caras como Remo, John Matrix, Dirty Harry, Jack Burton, John McClane, entre outros, afloram nossos instintos mais primitivos.

Mas quem são esses caras perto de Marion Cobretti?
O cara chutava traseiros e chupava melões sem perder o penteado.

Mas ele nem sempre foi tão durão. Durante as filmagens do filme ele se apaixonou por Ingrid. Na vida real Stallone se casou com a pátcha gostosa Brigitte Nielsen.

Não passou muito e Stallone percebeu que estava sendo passado para trás, Brigitte traia o justiceiro boca torta com sua própria secretária. É claro, ele pediu divórcio. Tolinho.

Enfim, eu queria ser como o Cobra e dizer palavras espertas nas horas certas. E chamar a tigrada cretina de cocô! E dizer: -Vocês fedem!

Ah! As vezes, eu fico meio revoltoso. Não pode?

A cena fica boa no minuto 3:30...ouçam e vejam se eu não estou certo!




Agradecimentos especiais aos dubladores e ao youtube. E ao Stallone também, sou fã!

5.10.06

30º - eu, eu mesmo e a tigrada

Sentia uma zanga danada. Esse aborrecimento seguia a passos duros. Resolvi encontrar um amigo, complacente, desses de bons ouvidos. Gosto de conversar com ele e tirar minhas dúvidas. Com poucas palavras, ele responde o que preciso e fico bem.

Caminhávamos pela rua, ele ouvindo.

Comecei com o episódio da praia, da sorveteria. A mocinha1 me perguntou os sabores. Pedi uma bola de creme, outra de flocos. Com um sorriso, ela entendeu e passou a cavar o sorvete no pote. De repente, a mocinha2 chama a atenção por um instante. Depois de atender a amiga, voltou a cavar. Ainda cavando, olha para mim e pergunta:
- Qual é mesmo o outro sabor?
- Flocos.
- Uma de creme e outra de flocos?
- Sim. Creme e flocos.

Continuou a cavar a primeira bola. Era uma bola bem servida aquela. Um minuto cavando. Colocou na casquinha e olhou para mim:
- Qual é o sabor da outra?
- Como?
- O sabor da outra bola, você pediu duas, né?

Tenho certeza que foi aí que tudo começou. Respirei fundo. Respondi o sabor e fui embora com o sorvete derretendo com a temperatura do meu olhar, sabe?

Viramos uma rua, ele ouvindo.

Outro dia fui com uns amigos num bar perto de casa. Fomos almoçar, era domingo e o sol estava forte. Fizemos os pratos e sentamos a mesa. O garçom ofereceu um chopinho, recusamos, mas ele persistiu ali:
- Uma cervejinha?
- Não, não. Depois.
- Tá geladinha, heim!
- Certo, mas não. Obrigado.
- Uma Brahminha então?

A partir daí, a zanga passava do nível 2 pro 4 direto, sendo 6 o máximo. (Muito culpa dos demasiados diminutivos.) Recusamos de novo. Mas ele:
- Tem Skol, Bohemia e Original também.
- Depois pedimos, certo?
- Tem certeza? Elas estão bem geladas agora.
- Temos certeza.
- Refrigerante então? Suco?

A tolerância já havia acabado. Não era possível. Não gosto de ficar chamando gerentes e tal, mas a situação estava ficando complicada. Fiquei um pouco inquieto, soltei os talheres com força. Bufei. Devo ter olhado para ele com cara de Hitler, não lembro. Ele, astuto que é, virou e se foi. Para sorte de todos, pois é.
Não sei os outros, mas eu fui do nível 5 para o 6 e sigo desde então. Está insustentável, sabe?

Continuávamos andando, ele ouvindo.

Mas o ápice foi no final de semana passado. Fui ao McDonalds, nada contra, muito pelo contrário.
Estava feliz, mas em ponto de ebulição. Porém tranqüilo. Entrei na fila, mcmoça1 se aproximou:
- Qual o seu pedido?
O de sempre, sem pensar.
- Número 5, batata grande, guaraná e um top sundae.
- O top sundae é pra agora ou retira depois?
- Pra agora.

Peguei o papel e cheguei ao caixa e entreguei. Mcmoça2 leu o papel:
- Número 5, batata grande, guaraná....R$10,90 senhor. Sobremesa acompanha?
Olhar raivoso.
- Leia o papel de novo.
- Ah sim, desculpe. Top sundae...R$13,90. Qual é o sabor?
- Chocolate.
- O top sundae é pra agora ou retira depois?

Aí já comecei a estalar. Fumacinha saindo, cérebro fervendo. Foi instantâneo. Havia alcançado finalmente o nível 6 de possessão. "Quero agora!" Respondi bruto. Pense numa resposta bruta.

Possuído pelo tinhoso maligno, aguardava ansioso ao lado do caixa o pedido chegar. Mcmoça3 se apresenta sorridente, a mais bonitinha.
Eu com o pescoço já meio torto e o olho esquerdo piscando sozinho, já esperava pelo pior. Mcnífico na bandeja, guaraná, batata grande...
- Está aqui senhor, seu pedido.
- E o top sundae?
- O top sundae? É pra agora ou retira depois?

Eu estava lendo 1984 e naquele espírito de revolta adquirida e vontade de estourar tudo tive meus dois minutos de ódio. Transferi para a moça de cabelo escuro o ódio que antes dedicava a controlar. 'Belas e vividas alucinações me atravessaram o cérebro. Haveria de matá-la a golpes de um cajado de borracha. Amarrá-la-ia nua a um poste e a crivaria de flechas como São Sebastião. Possuí-la-ia e a degolaria no momento do gozo. Além disso, percebi porque a odiava. Odiava-a porque era jovem, bonita e assexuada, porque desejava ir pra cama com ela, e porque nunca o faria, porque na cintura fina e convidativa, que parecia pedir que a segurasse com o braço, só havia a odiosa e broxante calça cinza do McDonalds.' Daí peguei tudo e fui embora antes de perder a cabeça, sabe?

De repente, paramos e perguntei a meu amigo:
- Você acha que eu estou exagerando?
Ele olhou bem para mim... e proferiu:
- Sim.




'': trecho adaptado do livro 1984.
Vídeo: trecho de Eu, eu mesmo e Irene, assim que aconteceu comigo.

3.10.06

29º - o deleitar da massa em pó

Tudo começou quando acordei com muita fome. Apetite jesuítico de comer pizza. Mas assim de manhã não dá. Nem cogitei ir a uma pizzaria naquela hora. Na geladeira não existia pizza de ontem, nem aquelas que é só esquentar. Logo desisti.

Após o banho era hora de desjejuar. Abri o armário da dispensa, de cara um Mini Club Social sabor pizza. Não sobrou nada, mas a vontade seguia. Procurei melhor e achei um Frittex, de pizza. Quase comi os dedos. E persistia a gula. Fucei lá no fundo e...achei! Um Torcida, deixe eu ver...pizza! Mmmmm, bem temperado, esse era mais gostoso, estranho...

8:30hs! Nossa, preciso ir. Não escovei os dentes dessa vez, precisava curtir mais o gostinho. No caminho, que trânsito:
- Água gelada? Carregador de celular? Bijú? Flores? Cadeados? Amendoim?...
- Amendoim? Tem de pizza? Quero um.

Esse era novo, amendoim sabor pizza, nunca tinha comido, mas era muito bom.

Cheguei, parei o carro e fui tomar café de novo na Dona Ana que vendia bolos, salgados e café, leite, chá numa barraquinha na esquina. Conhecida do lugar, tem de tudo, sempre lotado. De garis a executivos:
- Essa esfiha tem de presunto e queijo, calabresa e pizza.
- Pizza? Quero uma.

Mmmm, que delícia sentir o sabor de pizza. Paguei e segui.

Logo na frente a pastelaria:
- Olha o pastel, saindo quentinho! Bauru, queijo, carne, 'pitíssa'...
- Pizza? Quero um.

Nossa, esse óleo deixou o sabor um pouco diferente, é um gosto de pizza com óleo de pastel. Quem liga?

Cheguei no trabalho. Estomago estranho. Oi pessoal, tal. Arrotos aroma pizza.Vamos almoçar. Sexta-feira, dia de pizza:
- Quero uma.
- De qual sabor senhor?
- Como assim? Quero uma pizza de pizza, ué.
- Sim, senhor, entendi, mas pizza de qual sabor?

Fui chamado de burro em outras palavras, pensei. Quero uma pizza com sabor de pizza, se vira!

Decepção quando percebi que a famigerada pizza tinha gosto de tudo. Gosto de tomate, gosto de azeitona, gosto de queijo, de cebola, de orégano, menos pizza.

Voltamos ao trabalho, o despojo se tornou preocupação e confusão em minha cabeça. Afinal, quem determinou o sabor da coisa. Se no Matrix eles não ensinaram isso e o Google não me responde, será que estamos sendo manipulados pela indústria alimentícia?

Fui na farmácia:
- Meu problema é esse aí Doutor, não consigo trabalhar. Preciso de algo que me faça melhorar.
- Um calmante talvez?
- Calmante? Tem de pizza? Quero um!

Moral da história: Não confunda sabor pizza com sabor de pizza.
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