30.3.09

79º - meu nome é....áh! deixa pra lá!

Essa transa de ter nome diferente é uma bosta. Primeiro porque ter um nome diferente não faz de você uma pessoa especial, muito pelo contrário. E segundo porque ninguém entende teu nome de primeira, o que faz com que você tenha de repetí-lo no mínimo umas três vezes. E repetir o nome é uma coisa que causa embaraço. Sempre que você repete o nome, as pessoas logo percebem que se trata de um nome ridículo de estranho. E isso é muito errado, porque às vezes o nome é só um pouquinho diferente. Veja o meu, por exemplo: Osmair Krepski Ortiz de Camargo. Lendo assim nem parece tão estranho, né não? Agora tente falar para alguém.

Eu nem acho assim tãããão diferente, Osmair nada mais é do que um Osmar com um 'i' no meio. Mas as pessoas sempre sofrem do 'mal de falar a palavra sem ler até o final' quando querem pronuciar meu nome, invariavelmente sou chamado de Osmar. Atendo o telefone... "o Osmar está?". Não é fácil não.
E quando vou ao médico então, deixo meus documentos na recepção, a mulher anota e entrega um papel pro médico que, passado algum tempo, vem na sala de espera lotada e grita "Osmar"!
Nunca passei pela situação embaraçosa de me levantar no lugar de algum Osmar que realmente estava ali. Normalmente o Osmar sou eu, mas eu tenho que levantar e perguntar se é Osmar ou Osmair. E o médico lê de novo e percebe que viu errado e ainda ri (do nome certo, é claro).

Você já foi no Starbucks? Aquele procedimento abominável deles escreverem seu nome no copo pra anunciar que o teu pedido está pronto? Sempre minto meu nome.

E poderia ser pior. Sempre pode ser pior (coisa que me alivia profundamente). Herdei o nome de meu pai, logo, ele também se chama Osmair.
- Porra pai, meu irmão se chama Rogério!!! Não tinha um nome normal para me dar também?
- Mas por que você está reclamando, eu não coloquei junior no final do teu nome. Devia me agradecer!!!

É, vendo por este lado, ele realmente tem razão. Afinal, meu nome é só Osmair e pronto, enquanto o dele é Osmair José (HAHAHA). Aliás, também acho nomes compostos um bagulho estranho. Mas isso é pra outra hora, vamos voltar ao Junior.

Deve ser horrível ser chamado de Junior. Sem querer ofender ninguém, é mais tosco que ter um nome como o meu. Fora que se te chamam de Junior, você já é chamado por algo que não é seu verdadeiro nome. E, pra cagar de vez, as pessoas criam apelidos em cima do seu pseudônimo e começam a te chamar de Jú, Junho, Junio, ou Juninho; que convenhamos, o diminutivo é de foder.

Minha sorte foi que ainda me restou um sobrenome bem comum, que eu uso pouco porque sempre tem um engraçadinho que pergunta se sou parente de algum famoso.
Daí digo que sou neto da Hebe, para discontrair, né. Mas este sobrenome ajuda muito quando prefiro não soletrar meu primeiro sobrenome. Tenho um "causo" bom de quando fui ao prédio de um amigo e o porteiro perguntou meu nome:

- Qual seu nome?
- Osmair Krepski.
- Créps? Como?
- Krepski. K-R-E-P-S-K-I.
- Pera ae, repete. K-R-E-P-Y...
- Não, 'p' mudo, 's' mudo. Kre-p-s-ki.
- Tá, vamos de novo. K-R-E...
- Faz assim amigo, coloca aí Osmair Camargo. Mais fácil.
- Osmar?
- P....Pega aqui meu RG.

E as cartas e e-mails, sempre vêm errado. Vem tudo, menos Osmair. E o pior, também não vem Osmar. Vem Osamir, Osmaira, Orsmair. Quando eu era pequeno tinha um professor francês de natação, bichinha, nada contra, só pra constar, ele era mesmo uma bicha louca francesa de sunga lilás que falava fino e me chamava de Osmanir às vezes, e quase sempre, de Osmaní. Não adiantava corrigir.

Acho que devia existir uma lei que fizesse você tomar sua primeira grande decisão de responsabilidade aos dez ou onze anos, sei lá. Seria assim: quando alguém nascer, os pais escolhem 3 nomes e deixam como opção para o filho(a) escolher quando completar a idade limite. Nesse período a criOnça é educada para tomar uma decisão de responsabilidade que implicará em todo o resto de sua vida. O primeiro passo pro amadurecimento. Com a alternativa de poder escolher um outro nome que não esteja entre os três previamente escolhidos pelos pais. Até essa data o muleque pode se chamar Provisório Primeiro da Silva, se for o primeiro filho. Provisório Segundo da Silva se for o segundo e assim segue o jogo.

Caberia aos pais influenciarem bem os filhos para que eles não fossem influenciados por nenhum organismo externo. Pois no ano em que completei dez anos, por exemplo, muita coisa aconteceu. Muita gente famosa morreu. O Tupãzinho fez gol na final do campeonato. Teve copa do mundo. Senna foi campeão. A Alemanhã foi unificada. Tom Cruise foi indicado ao Oscar. Liz Taylor chamou Michael jackson de 'Rei do Pop'. No cinema tinha Tartarugas Ninja, Uma Linda Mulher, Lambada, Young Guns II, Lua de Cristal, Dias de Trovão, O Vingador do Futuro, Rocky 5....E na Globo tava passando Meu Bem, Meu Mal. Enfim, coisas que com certeza teriam influenciado na minha decisão.

Então, se essa lei existisse na minha época, provavelmente eu não escolheria a opção que é meu nome atual. Talvez inventasse algo em cima de minhas influências e me chamaria Arnold, Michael, Donatelo, Klinsman, Goicochea. Poderia optar por um nome composto como Billy The Kid ou Tommy Gun. Quem sabe até Rocky Silvester ou Stallone Balboa, mas Osmair não. Definitivamente.

Pra finalizar o desabafo, meu nome sempre foi de tanta estranheza tanto para mim, como pra todo mundo, que meu irmão me criou um apelido há muito tempo, era 'Os'. Os amigos mais antigos ainda me chamam assim, mas com o tempo, enfrentei problemas porque as pessoas confundiam com Osso, Rosso; ou diziam Óz ao invés de Ôs. Não me pergunte o porquê, mas isso se repetiu tantas vezes que agora a maioria me conhece como Oz e assim ficará.
Hoje, quando perguntam meu nome, digo que é Osmair bem rápido, tão rápido quem nem dá pra entender, e depois digo que todos me chamam de Oz.

- Oz? Ó, Z?
- Sim, igual ao mágico.
- Ah tá!


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