21.12.07

66º - sexta-feira: o novo graal!

Não, não é aquele posto de gasolina tigre! Mas, sim, o cálice sagrado! A vida moderna se tornou uma eterna busca pela sexta-feira, dia de maior felicidade da população economicamente ativa. Quem falar que não, que adora trabalhar, ou está mentindo descaradamente ou está próximo do chefe.

Na verdade, na hierarquia de felicidade dos dias, a sexta pode até perder para o sábado, dia no qual imperam preguiça, indolência e ócio. Entretanto, o dia mais perseguido, mais esperado, é a sexta. Ninguém realmente espera pelo sábado, ele meio que chega de repente, às vezes você já acorda, de ressaca, e já são 16:30 do sábado: "Porra! Porque ninguém me avisou? Agora só tenho 8 horas até Domingo!!"

Bom, feliz ano novo amigos, fãs, seguidores e mulheres do meu Brasil!!! Como hoje é sexta-feira (último dia "útil" de 2007), vou terminar esse post só em 2008, hahahaha valheu!! F-O-I... FUI!! Auá!

6.12.07

65º - no altar das lamentações há um que sorri

Como na maioria das pessoas, um dos meus maiores temores também era o de morrer. Eu pensava que morrer era uma coisa terrível, muita dor, sangue e lágrimas. Me imaginava acabado naquele inferno horrível rastejante, junto com o Alexandre.

Mas vejam só vocês como a vida é, sempre existe uma nova preocupação por vir. E foi assim que nos meus 16, 17 anos, não me recordo bem a idade, meu maior problema passou a ser as espinhas.

Já estava nessa fase da puberdade há algum tempo e minhas glândulas sebáceas eram altamente estimuladas todo santo dia, se é que vocês me entendem. E, sem duplos sentidos, eu espremia espinhas pá porra!!

Mas a explicação para isso é simples. Eu tinha uma namoradinha na época, dessas namoradinhas legais, que ia me assistir jogar bola com os meus amigos, tomávamos sorvete juntos e trocávamos umas bitocas, mas só, nada mais que isso. Pois bem, o afago mais íntimo acontecia quando ela queria espremer alguns de meus cravos ou alguma de minhas espinhas, que afloravam em grande parte por causa dela, lógico.

Êeee saudades, como adorava espremer um cravo aquela menina...

Enfim, nosso amor crescia a cada momento e parecia que ela não esquentava a cabeça com minhas transformações hormonais que deixavam meu rosto parecendo uma romã aberta. Era um relacionamento lindo que rolava ao som de Richard Marx... E foi assim durante um bom tempo até que a pressão para consolidar aquela união apertou, a chapa esquentou e o noivado chegou...casamento era questão de dias.

E para ter uma lua-de-mel gostosa, fui a um podólogo cuidar de uma unha encravada. Quando o doutor me viu logo observou uma enorme espinha na ponta de meu nariz e comentou que não poderia
espremê-la de jeito algum, sob o risco de morte.

Dei risada achando que era brincadeira, mas ele, na função de podólogo, logo podou minha descontração dizendo que eu poderia sofrer uma trombose séptica do seio cavernoso. E piorou, segundo as más línguas, todo mês uma pessoa morre, no Hospital das Clínicas, vítima de uma espinha no nariz.

Tentei levar na brincadeira de novo, mas ele não derrapou. Comecei a suar pensando no casamento marcado para o mesmo dia e o consequente encontro com minha noiva, o que fazer? Minha fobia de morte voltava a tona só de pensar nela querendo espremer a espinha antes do casório. A síndrome do pânico começava a assumir minha personalidade.

Mesmo assim tentei manter o foco, não podia acreditar que tal absurdo era real. Corri para casa e pesquisei nos sites de busca, não existia o google ainda, mas achei mesmo assim.

"(...)grave trombose séptica do seio cavernoso (TSSC). Pode ser causada ao espremer uma “espinha” do rosto, resultando em meningite e distúrbios oculares. A TSSC é relativamente incomum, se considerarmos a freqüência de processos infecciosos que desencadeiam essa grave obstrução da circulação venosa cerebral, causando febre, cefaléia, vômitos, celulite periorbitária, proptose, lesão de pares cranianos, etc., podendo levar à cegueira ou à morte."

Impressionante, até para uma mulher, a celulite seria um dos menores problemas.
Eu não poderia encontrar minha noiva novamente, seria inapropriado recusar algo à ela e ao mesmo tempo seria desesperador correr um risco tão grande de morrer.

Corri para meus amigos e parentes, ouvi conselhos mil, mas a insegurança era enorme e na inquietação tomei a atitude que achei na época ser a mais acertada. Fiz algo terrível que eu achava só acontecer nos cinemas; abandonei a noiva no altar...

E claro, depois disso, não houve chances nenhuma de reconciliação.

Por fim, fato é que minha vida mudou completamente, e acho que para melhor pois apesar de ouvir muitas piadas, sempre sou agraciado por amigos que dizem que foi a melhor atitude que já tomei na vida. Ainda mais agora, próximo de chegar a copa do mundo de 2014 com grandes chances de Rússia, Suécia e República Tcheca participarem. Imagine só o desespero que será aos amigos casados compartilhar a arquibancada com torcedoras tão ilustres....
É, si dei bem!




ai ai...tudo pelo esporte...olha só...

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