Como na maioria das pessoas, um dos meus maiores temores também era o de morrer. Eu pensava que morrer era uma coisa terrível, muita dor, sangue e lágrimas. Me imaginava acabado naquele inferno horrível rastejante, junto com o Alexandre.
Mas vejam só vocês como a vida é, sempre existe uma nova preocupação por vir. E foi assim que nos meus 16, 17 anos, não me recordo bem a idade, meu maior problema passou a ser as espinhas.
Já estava nessa fase da puberdade há algum tempo e minhas glândulas sebáceas eram altamente estimuladas todo santo dia, se é que vocês me entendem. E, sem duplos sentidos, eu espremia espinhas pá porra!!
Mas a explicação para isso é simples. Eu tinha uma namoradinha na época, dessas namoradinhas legais, que ia me assistir jogar bola com os meus amigos, tomávamos sorvete juntos e trocávamos umas bitocas, mas só, nada mais que isso. Pois bem, o afago mais íntimo acontecia quando ela queria espremer alguns de meus cravos ou alguma de minhas espinhas, que afloravam em grande parte por causa dela, lógico.
Êeee saudades, como adorava espremer um cravo aquela menina...
Enfim, nosso amor crescia a cada momento e parecia que ela não esquentava a cabeça com minhas transformações hormonais que deixavam meu rosto parecendo uma romã aberta. Era um relacionamento lindo que rolava ao som de Richard Marx... E foi assim durante um bom tempo até que a pressão para consolidar aquela união apertou, a chapa esquentou e o noivado chegou...casamento era questão de dias.
E para ter uma lua-de-mel gostosa, fui a um podólogo cuidar de uma unha encravada. Quando o doutor me viu logo observou uma enorme espinha na ponta de meu nariz e comentou que não poderia
espremê-la de jeito algum, sob o risco de morte.
Dei risada achando que era brincadeira, mas ele, na função de podólogo, logo podou minha descontração dizendo que eu poderia sofrer uma trombose séptica do seio cavernoso. E piorou, segundo as más línguas, todo mês uma pessoa morre, no Hospital das Clínicas, vítima de uma espinha no nariz.
Tentei levar na brincadeira de novo, mas ele não derrapou. Comecei a suar pensando no casamento marcado para o mesmo dia e o consequente encontro com minha noiva, o que fazer? Minha fobia de morte voltava a tona só de pensar nela querendo espremer a espinha antes do casório. A síndrome do pânico começava a assumir minha personalidade.
Mesmo assim tentei manter o foco, não podia acreditar que tal absurdo era real. Corri para casa e pesquisei nos sites de busca, não existia o google ainda, mas achei mesmo assim.
"(...)grave trombose séptica do seio cavernoso (TSSC). Pode ser causada ao espremer uma “espinha” do rosto, resultando em meningite e distúrbios oculares. A TSSC é relativamente incomum, se considerarmos a freqüência de processos infecciosos que desencadeiam essa grave obstrução da circulação venosa cerebral, causando febre, cefaléia, vômitos, celulite periorbitária, proptose, lesão de pares cranianos, etc., podendo levar à cegueira ou à morte."
Impressionante, até para uma mulher, a celulite seria um dos menores problemas.
Eu não poderia encontrar minha noiva novamente, seria inapropriado recusar algo à ela e ao mesmo tempo seria desesperador correr um risco tão grande de morrer.
Corri para meus amigos e parentes, ouvi conselhos mil, mas a insegurança era enorme e na inquietação tomei a atitude que achei na época ser a mais acertada. Fiz algo terrível que eu achava só acontecer nos cinemas; abandonei a noiva no altar...
E claro, depois disso, não houve chances nenhuma de reconciliação.
Por fim, fato é que minha vida mudou completamente, e acho que para melhor pois apesar de ouvir muitas piadas, sempre sou agraciado por amigos que dizem que foi a melhor atitude que já tomei na vida. Ainda mais agora, próximo de chegar a copa do mundo de 2014 com grandes chances de Rússia, Suécia e República Tcheca participarem. Imagine só o desespero que será aos amigos casados compartilhar a arquibancada com torcedoras tão ilustres....
É, si dei bem!
Mas vejam só vocês como a vida é, sempre existe uma nova preocupação por vir. E foi assim que nos meus 16, 17 anos, não me recordo bem a idade, meu maior problema passou a ser as espinhas.
Já estava nessa fase da puberdade há algum tempo e minhas glândulas sebáceas eram altamente estimuladas todo santo dia, se é que vocês me entendem. E, sem duplos sentidos, eu espremia espinhas pá porra!!
Mas a explicação para isso é simples. Eu tinha uma namoradinha na época, dessas namoradinhas legais, que ia me assistir jogar bola com os meus amigos, tomávamos sorvete juntos e trocávamos umas bitocas, mas só, nada mais que isso. Pois bem, o afago mais íntimo acontecia quando ela queria espremer alguns de meus cravos ou alguma de minhas espinhas, que afloravam em grande parte por causa dela, lógico.
Êeee saudades, como adorava espremer um cravo aquela menina...
Enfim, nosso amor crescia a cada momento e parecia que ela não esquentava a cabeça com minhas transformações hormonais que deixavam meu rosto parecendo uma romã aberta. Era um relacionamento lindo que rolava ao som de Richard Marx... E foi assim durante um bom tempo até que a pressão para consolidar aquela união apertou, a chapa esquentou e o noivado chegou...casamento era questão de dias.
E para ter uma lua-de-mel gostosa, fui a um podólogo cuidar de uma unha encravada. Quando o doutor me viu logo observou uma enorme espinha na ponta de meu nariz e comentou que não poderia
espremê-la de jeito algum, sob o risco de morte.
Dei risada achando que era brincadeira, mas ele, na função de podólogo, logo podou minha descontração dizendo que eu poderia sofrer uma trombose séptica do seio cavernoso. E piorou, segundo as más línguas, todo mês uma pessoa morre, no Hospital das Clínicas, vítima de uma espinha no nariz.
Tentei levar na brincadeira de novo, mas ele não derrapou. Comecei a suar pensando no casamento marcado para o mesmo dia e o consequente encontro com minha noiva, o que fazer? Minha fobia de morte voltava a tona só de pensar nela querendo espremer a espinha antes do casório. A síndrome do pânico começava a assumir minha personalidade.
Mesmo assim tentei manter o foco, não podia acreditar que tal absurdo era real. Corri para casa e pesquisei nos sites de busca, não existia o google ainda, mas achei mesmo assim.
"(...)grave trombose séptica do seio cavernoso (TSSC). Pode ser causada ao espremer uma “espinha” do rosto, resultando em meningite e distúrbios oculares. A TSSC é relativamente incomum, se considerarmos a freqüência de processos infecciosos que desencadeiam essa grave obstrução da circulação venosa cerebral, causando febre, cefaléia, vômitos, celulite periorbitária, proptose, lesão de pares cranianos, etc., podendo levar à cegueira ou à morte."
Impressionante, até para uma mulher, a celulite seria um dos menores problemas.
Eu não poderia encontrar minha noiva novamente, seria inapropriado recusar algo à ela e ao mesmo tempo seria desesperador correr um risco tão grande de morrer.
Corri para meus amigos e parentes, ouvi conselhos mil, mas a insegurança era enorme e na inquietação tomei a atitude que achei na época ser a mais acertada. Fiz algo terrível que eu achava só acontecer nos cinemas; abandonei a noiva no altar...
E claro, depois disso, não houve chances nenhuma de reconciliação.
Por fim, fato é que minha vida mudou completamente, e acho que para melhor pois apesar de ouvir muitas piadas, sempre sou agraciado por amigos que dizem que foi a melhor atitude que já tomei na vida. Ainda mais agora, próximo de chegar a copa do mundo de 2014 com grandes chances de Rússia, Suécia e República Tcheca participarem. Imagine só o desespero que será aos amigos casados compartilhar a arquibancada com torcedoras tão ilustres....
É, si dei bem!
6 comentários:
Carne de primeira é???
ham...
mto criativo vc
Oz amigão!
Você lembrou da história.
já tava na hora heim !!!
Que nojo... porém as suecas salvaram o post!
é, eu ouvia muito richard marx quando tinha meus 20 anos lá pela década de 80, quando eu ainda sonhava em encontrar um grande amor...hoje eu escuto funk ali na augusta...sinais do tempo...
Shrek, Cara,
Lá pelos meus 15 eu tive uma espinha no nariz cabulosa. Coisa de uns 4 cm de diâmetro. Inexpremível.
Quando apontei no corredor da minha sala, a galera gritou 'CARAAAAALHO, OLHA ESSA ALMÔNDEGAAAA!'
Me pus a correr até o banheiro, onde dei cabo daquele Gremlin em 3 etapas. Perdi uns 100 ml de sangue, e outros 500 de pus. Fiquei com uma cratera no nariz, a qual cobri com 2 band-aids por 15 longos dias.
Não sabia que tinha corrido risco de vida. Vou repassar à toda a turma do decalque.
Grande abraço!!!!
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